Parte 1 | Parte 2
Na primeira parte Ronaldo Vaz nos brindou com fotos de sua nova estação na escala Z. Hoje, para deleite dos fãs do bom ferromodelismo nacional, além das fotos da nova casa de esquina que havia prometido, o Ronaldo me enviou um vídeo sensacional da maquete em funcionamento. Ele lamenta que a qualidade não tenha ficado muito boa, mas mesmo assim é possível notar como a locomotiva funciona super bem, mesmo em velocidade ultra lenta, lembrando que se trata de uma locomotiva 100% montada à mão, inclusive o motor.
Em atenção à uma pergunta do leitor Antoniuti, na parte 1, eis, com as próprias palavras do Ronaldo, como ele fez as construções da maquete:
Diga, por favor, ao nosso amigo "Antoniuti" que as casas são de papel cartão de espessura 0,5mm.
As janelas e portas, como vc acompanhou, foram inicialmente modeladas em software 3D e duplicadas em estereolitografia, ou seja, foram construídas tridimensionalmente e depois copiadas em silicone para depois serem fundidas em gesso dentário "Solirock dureza 3" ou outro similar. ( este gesso é muito mais fino que gesso comum, mais lento para o endurecimento e copia MUITO mais fielmente as superfícies).
Para manipular gesso, é necessário tirar bolhas de ar logo após a mistura do pó com a água, com muita vibração. Aplicar no silicone uma primeira mão com pincel fino, deixar endurecer um pouco e entornar o resto para encher a fôrma. Mesmo assim ainda aparecem bolhas. O ideal é câmara de vácuo.
Depois da casa pronta, aplica-se massa de parede diluída com um pouco de álcool, nas irregularidades e depois de seco, lixa fina antes da pintura com Suvinil latex e corantes.
As janelas depois de pintadas da mesma maneira, tem suas cavidades dos vidros preenchidas com esmalte incolor de unha e corante preto, diluido em acetona, usando-se dois fios finos paralelos, como nas antigas penas de caneta tinteiro.
Quanto ao telhado de telha francesa, fiz uma matriz de UMA TELHA, na ponta de uma lamina de acrilico, deixando uma área de 1,7mmx1,2mm com dois sulcos paralelos feitos com serra de ourives. Ou seja - fiz uma única telha um pouco menor na escala para compensar a sobreposição de telhas em um telhado normal.
Numa lamina de vidro, estiquei massa de modelar infantil e fui "carimbando a minha telha" com a ajuda de um pequeno esquadro e MUITA paciência. Apliquei gesso, fazendo uma matriz. Copiei esta matriz em silicone e fiz o telhado final em resina Polyester.
Sobre o telhado em Polyester, apliquei Suvinil como base e depois tons de marrom , amarelo e branco.
Finalmente, em paredes, telhados, pisos, etc, apliquei um "dry wash" com pincéis, preparado com pó Xadrex de cores diferentes, misturado em talco para variar tonalidades.
A tudo isso, soma-se paciência e tempo. Vou repintar o telhado novo ao lado da estação, na plataforma de carga - as cores não ficaram boas.
Fotos digitais foram sendo feitas para os "defeitos aparecerem e serem corrigidos" - UFA ! Houve MUITA correção e peças repetidas . . .
Como vocês puderam perceber, aquela velha máxima "no pain, no gain" se faz verdadeira inclusive no ferromodelismo. Fique agora com mais fotos da incrível maquete Z do Ronaldo Vaz.