A Lokomotivbau Elektrotechnische Werke (LEW) da Thunder Metal foi meu segundo investimento numa locomotiva em latão. A primeira, a G12 da MRCustom, do Marcelo Lordeiro, fez meu queixo cair. Mas quando recebi a LEW na escala HOm (1:87,1 em bitola métrica - 12mm), das próprias mãos do Rômulo de Sousa, caiu a cabeça inteira! Céus, como é possível tamanha perfeição?
O 5º Encontro de Ferromodelismo do RMC em Campinas, no último dia 20, foi a ocasião perfeita para receber minha encomenda. Faziam pouco mais de 5 meses que eu encomendara a LEW 153 da Mogiana com um dos maiores mestres do ferromodelismo nacional, o Rômulo de Sousa. Combinamos de nos encontrar na maquete da AMFEC, logo após o almoço. Pra começar, o Rômulo tira da mochila uma caixinha preta, de madeira, abre uma pequena trava e desloca a tampa, presa em duas dobradiças. No interior da caixa, um volume protegido por plástico bolha e espuma nas laterais da caixa. Era ela, claro!
O Rômulo retira a miniatura de dentro da caixa, desenrola o plástico bolha (a essa altura eu já tinha quase avançado nele, babando como um cão faminto) e coloca a LEW sobre a mesa (estávamos no térreo da Cabine 2, onde a AMFEC preparou um mini lounge). WOW! As cores eram perfeitas (uma grande preocupação minha, depois que percebi que a G12 estava muito escura) e num relance, todos os detalhes pareciam estar no lugar. O Rômulo foi descrevendo cada detalhe, das portas que abrem e fecham ao interior da cabine, todo detalhado.
Para se ter uma idéia, aqui vai o número de peças dessa locomotiva:
- Cofre longo "nariz comprido”: 81 peças.
- Cabina com interior: 56 peças.
- Cofre curto: 45 peças.
- Passadiço: 28 peças.
- Chassis: 80 peças.
- Truque: 25 peças X 4 truques: 100 peças.
- Parte mecânica: 34 peças.
- Total de peças: 424
Quando eu finalmente juntei coragem pra pegá-la com minhas próprias mãos eu pude perceber, agora mais de perto, que estava diante de um absurdo do ferromodelismo nacional. As venezianas são todas vazadas, como o protótipo! Existe, na face da Terra, algum modelo em H0 que reproduza uma veneziana assim? Os truques tem TODOS os detalhes do protótipo. Nas janelas, a borracha preta está representada. As janelas que abrem tem esquadria em alumínio. A ventoinha do freio dinâmico é móvel, gira. As portas da cabine tem maçanetas. O volante do freio de estacionamento está lá, dentro da cabine. O limpa trilhos é lindo! E a pintura dela toda, uma perfeição.
Pretendo instalar um decoder LokSound V4.0 com som customizado simulando o motor MGO V16 (locomotiva BB66000 francesa), que era o que equipava as LEW da Mogiana. Agradeço o Marlus Cintra pela ajuda na identificação do som correto para essa miniatura.
Olha, é bem difícil por em palavras uma obra de arte (você já deve ter percebido). Então pra facilitar a sua vida (e a minha), fiz várias fotos. Aproveite, mas coloque uma toalha sobre o teclado, pois a baba é garantida!
Gostou? Deixe seu comentário! É o feliz proprietário de um modelo construído pelo Rômulo? Me conta qual modelo e o que acha dele!
Sobre a LEW
A VEB Lokomotivbau Elektrotechnische Werke (LEW) "Hans Beimler", era uma fábrica situada em Hennigsdorf, ao norte de Berlim.
A VEB LEW foi parte do conglomerado de empresas formado também pelas fábricas VEB Berliner Bremsenwerk (fábrica de freios; antes da guerra parte da Knorr-Bremse), em Berlim, VEB Schichtpressstoffwerk SPW em Bernau e o VEB Galvanotechnik GTL (fábrica técnica de galvanização) em Leipzig.
Foi o único fabricante de locomotivas elétricas da Alemanha Oriental. Popularmente conhecida pela sigla LEW, forneceu locomotivas, de diversos tipos [1] para a China, URSS, Polônia e muitos outros países em desenvolvimento.
Para o Brasil foram enviadas 83 locomotivas diesel-elétricas para ferrovias paulistas (Paulista, Sorocabana e Mogiana), no final da década de 1960.
Estas locomotivas foram adquiridas para compensação do saldo comercial favorável que o Brasil possuía com a Alemanha Oriental, principalmente como pagamento de exportações brasileiras de café.
Fonte: WikiPedia.